Preservação Da Fertilidade Em Pessoas Trans

Em 1978, nascia na Inglaterra o primeiro bebê de fertilização in vitro. A mãe tinha obstrução tubária e por isso não conseguia engravidar espontaneamente.

Ao longo desses 45 anos, a reprodução assistida tem ajudado homens e mulheres a formarem suas famílias, incluindo pessoas que até pouco tempo não acreditavam ser possível serem pais e mães. Dentre estes, está a população transgênero, que são pessoas que não se identificam com o sexo de nascimento.

Mulheres e homens trans podem passar por vários processos, que podem incluir medicações hormonais, como testosterona e estrogênio, e procedimentos cirúrgicos, com o objetivo de ajustar as características sexuais secundárias para que elas fiquem compatíveis com a sua identidade de gênero. Entretanto, se mais adiante optarem por ter filhos, muitas vezes esses tratamentos podem levar à infertilidade. Dessa forma, o ideal é que as questões reprodutivas sejam abordadas antes do início dos tratamentos, oportunizando que sejam feitas algumas escolhas, como o congelamento de sêmen e óvulos para uso futuro.

Ainda se observa muito preconceito e falta de informação acerca dos assuntos reprodutivos na população trans, pois várias pessoas ainda acreditam que esse grupo não tem o direito de ter filhos, que não conseguirão desempenhar adequadamente as funções de pais e mães ou que sua orientação sexual vai interferir negativamente na vida dos filhos.

Existem hoje muitos profissionais, das áreas da saúde mental, reprodução assistida, endocrinologia e áreas cirúrgicas, que acompanham esses pacientes e podem orientá-los. Nem todas as pessoas trans desejam ter filhos e nem todas terão interesse em discutir as questões reprodutivas, mas é bom que existam serviços com profissionais capacitados e familiarizados com essas questões para poder ajudar na tomada de decisão.

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