O congelamento de óvulos é mais antigo do que imaginamos: o primeiro caso é de 1986, mas foi só nos anos 2000 que o recurso se aprimorou e aumentou as taxas de sucesso.
Graças à técnica de vitrificação, o procedimento ficou mais rápido e permitiu menos danos à célula reprodutora feminina.
Antes, demorava muito tempo até o óvulo congelar, o que formava cristais que danificam a célula. A descoberta da nova tecnologia ampliou as chances de sobrevivência do óvulo para até 95%.
Desde então, essa alternativa é cada vez mais procurada para preservar a fertilidade de quem sonha em engravidar, mas ainda não sabe quando.
Preparamos algumas perguntas e respostas para você que está pensando sobre o assunto.
Quais as chances de engravidar?
Isso depende da idade da mulher e quando ela congelou os óvulos. A regra é fácil: quanto antes ela congelar os óvulos e quanto mais nova for ao fazer o procedimento, maiores as chances de sucesso.
Como o procedimento é realizado?
A mulher, no segundo dia da menstruação, começa um tratamento de indução da ovulação. Medicamentos à base de hormônios são utilizados para que o ovário produza a maior quantidade de folículos possível, durante cerca de 11 dias. Por volta do 12° dia, esses óvulos serão aspirados do útero com o auxílio de uma agulha acoplada a um aparelho de ultrassom. A mulher fica sedada enquanto isso acontece. Após coletados, os óvulos são levados ao laboratório para serem desidratados e congelados com nitrogênio líquido. Quando a mulher decide engravidar, fertilizados em laboratório para, então, serem induzidos no útero.
No dia seguinte a esse procedimento, você estará de volta à suas atividades normais.
Quem deve aderir ao método?
Mulheres que já têm mais de 30 anos e ainda pretendem engravidar devem cogitar o congelamento de óvulos. Após os 35 anos, eles vão ficando mais velhos, com células mais sensíveis e que reduzem a probabilidade de engravidar. O congelamento também é indicado a mulheres com câncer e irão realizar quimioterapia ou radioterapia, tratamentos que podem levar à infertilidade.
Outra indicação para congelamento de óvulos são problemas de saúde que não são ligados a câncer, como mulheres com endometriose que farão cirurgia e poderão ter sua reserva ovariana reduzida, mulheres com risco de menopausa precoce, doenças genéticas, entre outras.
Óvulos congelados têm validade?
Não existe um limite de tempo. Há casos de gravidez em que o óvulo permaneceu até 20 anos congelado.
O congelamento de óvulos não dá uma certeza absoluta que você vá engravidar, mas é uma excelente forma de preservar seu potencial reprodutivo para o futuro, porque a idade dos óvulos é um dos fatores mais determinantes para as taxas de sucesso de uma gravidez.
Assim, se você está próxima dos 35 anos e pensa em ter filhos, mas sabe que não será nesse momento, ou se você nem sabe ainda se um dia vai querer tê-los, converse com seu ginecologista sobre congelamento de óvulos.
Qual o valor do investimento?
O custo varia conforme o laboratório, a coleta e os medicamentos necessários. Depois, é necessário pagar uma taxa anual de manutenção dos óvulos congelados. Quando forem utilizados, será cobrado o preço da fertilização in vitro.
O SUS cobre o procedimento?
Não, a rede pública cobre apenas em casos de pacientes com câncer e risco de ter o sistema reprodutor afetado pelo tratamento.