Hidrossalpinge é a presença de líquido na tuba de Falópio, obstruída devido à infecção, endometriose ou cirurgia prévia. Frequentemente se estabelece após um episódio de doença inflamatória pélvica. Nesta condição, bactérias ascendem da vagina em direção ao útero e tubas, desencadeando um processo infeccioso. O diagnóstico de hidrossalpinge é feito mais precisamente através da ultrassonografia transvaginal, que mostra tubas dilatadas com líquido em seu interior , ou através da laparoscopia.
Hoje, sabe-se que estas tubas dilatadas, além de dificultar que a mulher engravide espontaneamente, também reduzem as taxas de gestação quando a mesma é submetida à fertilização in vitro. O mecanismo exato através do qual a hidrossalpinge interfere com as taxas de gestação não é bem conhecido, mas acredita-se que três fatores estejam envolvidos. Primeiro, o líquido da tuba em contato com a cavidade uterina deslocaria o embrião, dificultando sua implantação. Segundo, este líquido liberaria várias substâncias tóxicas ao embrião, dificultando o seu desenvolvimento e , por último, interferindo com a receptividade endometrial.
Desta forma, a conduta mais recomendada hoje é a de que mulheres que apresentam hidrossalpinge com mais de 3cm, ou visíveis ao ultrassom, considerem a possibilidade de remover cirurgicamente esta tuba dilatada antes de se submeterem a procedimentos de fertilização in vitro, a fim de aumentar as taxas de implantação e gestação.
Postado por Isabel de Almeida – Porto Alegre
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