Tem-se observado o retorno de algumas infecções sexualmente transmissíveis (IST) que estavam adormecidas, como a gonorreia e a sífilis, bem como o aumento das infecções por Clamídia.
Isto tem acontecido, sobretudo, entre jovens de 15-24 anos que, além de não se protegerem, sabem pouco a respeito destas infeções e de seus sintomas. Por consequência, muitas vezes o tratamento é postergado ou mesmo não realizado. Este aumento tem sido creditado também ao maior uso das redes sociais e de aplicativos que aumentam o contato sexual entre pessoas desconhecidas entre si, ou melhor, conhecidas virtualmente há pouco tempo. Neste caso, o problema não é o contato sexual, mas sim a falta de proteção.
A infecção por Clamídia em mulheres está associada com doença inflamatória pélvica, infertilidade, gestação nas trompas (gestação ectópica) e dor pélvica crônica. Além disto, a Clamídia não tratada durante a gestação está associada com abortamento, ruptura prematura de membranas, trabalho de parto prematuro e infecção uterina.
Infelizmente, muitas mulheres não apresentam sintomas, o que torna o diagnóstico e o tratamento precoces mais difíceis. Assim, é importante a visita regular aos serviços de saúde e, sobretudo, o uso de preservativos. Para garantir isto, a melhor prevenção primária é a educação sexual, que deve estar presente também na escola, para garantir a todos os jovens o conhecimento sobre os riscos do sexo desprotegido. Além disso, promoção do uso de preservativos e fácil acesso aos mesmos também são a base do controle das infecções sexualmente transmissíveis.
Dra. Isabel de Almeida