Quando a mulher menstrua, é normal uma parte do endométrio “vazar” para os arredores do útero. Entretanto, 15% a 20% das mulheres têm dificuldades em reabsorver esse sangue, talvez por uma incapacidade imunológica, e acabam desenvolvendo a endometriose, uma das principais causas da infertilidade feminina no mundo.
O que pouca gente sabe é que essa condição ginecológica pode provocar dores crônicas sem que haja o diagnóstico correto durante anos. Isso porque a parte do endométrio que vaza se prende a outros órgãos e pode, eventualmente, se alojar em qualquer parte do corpo como fígado, intestino, bexiga e, mais raramente, para pulmão e cérebro, casos mais graves.
É possível, por exemplo, que o endométrio se instale no intestino provocando dor na lombar e pontadas no ânus. Felizmente, não é comum que isso aconteça em mulheres que jamais foram diagnosticadas com endometriose pélvica. Mas mulheres que possuem diagnóstico da doença devem ficar atentas quando uma dor crônica piora durante o período menstrual.
Existem relatos da anomalia nas amídalas, na bexiga, fígado, cérebro e até no nervo ciático. Quando ocorre no pulmão, é possível que a endometriose provoque o acúmulo de água. A solução vai além do tratamento hormonal, havendo necessidade de cirurgia para retirada do endométrio que ficou “preso” em outro órgão e não é reabsorvido pelo organismo.
A descoberta da endometriose normalmente acontece pela investigação de fortes cólicas provocadas pela menstruação. No Brasil, a estimativa é de que seis milhões de mulheres sofram com a doença.