A escolha por engravidar mais tarde em crescido nas últimas décadas. Em vários países desenvolvidos, nota-se uma postergação da maternidade. Por exemplo, no Canadá a proporção de primeira gestação em mulheres acima dos 30 anos aumentou de 7% em 1968 para 44% em 2005.
Entretanto, o que é menos noticiado é o número de mulheres que não consegue engravidar em função do declínio da fertilidade relacionado à idade. Este declínio está ligado basicamente a dois fatores: uma queda nos níveis naturais de fertilidade e um aumento do número de abortos e perdas gestacionais.
A queda das taxas de gestação espontânea inicia lentamente por volta dos 30 anos, acelera-se após os 35, chegando a praticamente zero aos 45 anos. A pergunta que se coloca é: até que ponto as mulheres hoje estão informadas acerca dos limites naturais de sua fertilidade?
Pesquisas realizadas mostram que a maioria, independente da escolaridade, não tem conhecimento do processo reprodutivo e suas limitações. Existem várias explicações possíveis para que as mulheres subestimem o impacto da idade sobre a fertilidade.
Primeiro, os programas de educação em saúde focam mais na prevenção da gestação do que na fertilidade. Além disto, frequentemente celebridades com mais de 40 anos aparecem nas capas de revistas com seus bebês, embora informações sobre a forma como a gestação foi obtida (fertilização “in vitro”, doação de óvulos ou “barriga de aluguel”) sejam raramente discutidas, criando uma falsa ideia de persistência da fertilidade ao longo dos anos.
Embora haja muitas razões importantes para a postergação da gestação, como desejo pessoal, investimento em escolaridade e carreira, busca de independência econômica, uso de métodos contraceptivos seguros, entre outras, é importante também ter presente as limitações próprias da natureza, para poder decidir sobre o melhor momento de ser mãe.