Desde o surgimento do vírus da COVID-19 em dezembro de 2019 na China, o mundo viveu uma das piores pandemias, com milhões de mortos já contabilizados.
A pandemia teve impacto global e atingiu todos os setores da saúde, inclusive os serviços de reprodução assistida. No início da doença, quase todos os ciclos de fertilização foram suspensos, enquanto as clínicas se organizavam com protocolos novos que oferecessem segurança sanitária para os pacientes e para os profissionais, seguindo as recomendações dos serviços de Vigilância nacionais e internacionais.
Desde o início, sempre houve preocupação acerca do risco da contaminação do sêmen e dos óvulos com o vírus da COVID-19 e qual seria o impacto dessa contaminação na reprodução. Durante esses dois anos, muitos estudos científicos se ocuparam desse assunto. Até o momento, existem bastante dados mostrando que não há contaminação nos óvulos e nos fluidos vaginais, mas poucas publicações sobre contaminação do sêmen.
Recente estudo realizado na Bélgica coletou amostras para o vírus da COVID-19 no sêmen, fluido folicular e secreções vaginais, além da coleta nasofaríngea, em 181 mulheres e 134 homens que estavam realizando ciclos de fertilização in vitro e estavam sem sintomas da doença. Os resultados mostraram que não houve detecção do vírus nos fluidos vaginais, foliculares, tecido ovariano e amostras de sêmen nos pacientes assintomáticos, independente dos resultados da testagem nasal para COVID-19.
Esse estudo traz mais segurança sobre os ciclos de reprodução assistida em pacientes assintomáticos, recomendando-se que todas as medidas de segurança continuem sendo mantidas e que os pacientes respondam a um questionário acerca de sinais e sintomas para COVID-19 em todas as visitas ao Centro de Reprodução. Em caso de respostas positivas, deverão ser testados e possivelmente terão seus ciclos adiados até que o processo infeccioso se resolva.
Como atualmente os profissionais da saúde já estão vacinados, o acesso aos serviços de reprodução assistida está normalizado, especialmente para os pacientes vacinados ou que já apresentam anticorpos contra o vírus da COVID-19.