O congelamento de óvulos tem se mostrado uma técnica eficiente para preservação da fertilidade. Em um primeiro momento, as mulheres com câncer que iriam se submeter a tratamentos como quimioterapia ou radioterapia, os quais poderiam levar à infertilidade no futuro, foram as primeiras a usarem esta técnica.
Após, mulheres que desejam postergar a maternidade, mas que sabem que sua reserva ovariana irá diminuir ao longo do tempo, também começaram a buscar informações acerca deste procedimento.
Nos últimos anos, a procura por técnicas de reprodução assistida tem aumentado entre mulheres com mais de 40 anos. Entretanto, há que se registrar que a idade ideal para congelamento de óvulos é até 35 anos, embora se observe que a idade média de primeira consulta para discutir este assunto esteja ao redor dos 37 anos. Este dado é importante para não gerar falsas expectativas nas pacientes, uma vez que se sabe que as taxas de sucesso da fertilização ” in vitro” caem a partir dos 35 anos e, mais acentuadamente, após os 40 anos. De acordo com o Registro Europeu de Reprodução Assisitida, as taxas de gestação para mulheres entre35-39 anos são de 27% e de 14% para o grupo acima de 40 anos. Desta forma, quanto mais tarde os óvulos forem congelados, menores serão as taxas de sucesso quando forem utilizados anos mais tarde.
Concluindo, o congelamento de óvulos com o objetivo de postergar a maternidade é uma técnica com muito bons resultados, mas não é uma garantia de sucesso absoluto em termos de gestação. É importante que este assunto comece a ser tratado mais cedo, para que as mulheres optem por este procedimento quando têm uma reserva ovariana maior e com qualidade melhor, o que irá se refletir nos resultados de gestação no futuro.
Por: Dra. Isabel de Almeida