Junho: mês mundial da conscientização sobre a interfilidade

Precisamos falar sobre a infertilidade, problema enfrentado por muitas pessoas – chegando a afetar até 8 milhões de brasileiros, segundo dados do Fertility Medical Group. A origem dessa doença está distribuída igualmente entre homens e mulheres (por volta de 35% cada).

 

O mês de junho é dedicado para discutirmos acerca desse assunto, que não deve ser motivo de desistência do sonho de se ter um filho. Na maioria das vezes, há como solucionar a doença através da medicina reprodutiva. Aproximadamente 10% das mulheres inférteis, por exemplo, são portadoras da endometriose, em que ocorre crescimento do revestimento interno do útero fora do seu local original (a cavidade uterina), espalhando-se fora do órgão. Uma das principais consequências? Dor e infertilidade. A chance de engravidar diminui de 36% para 12%. 

 

A taxa mensal de fecundidade em mulheres entre 20 e 30 anos é, em média, de 25%. Após os 35 anos, cai para menos de 10%. A partir dos 40, a queda da função reprodutiva é bastante significativa. Por isso, orienta-se o congelamento dos óvulos entre as idades de 31 e 35 anos. Mesmo pacientes que estão na faixa dos 36 a 40 anos podem se beneficiar da técnica, embora resulte em menos gestações. 

 

Em relação à esterilidade masculina, a Varicocele (varizes na região escrotal) é um dos principais fatores. Diagnosticada por um exame físico, é responsável por até 40% dos casos. Outros motivos que explicam a esterilidade são as disfunções hormonais, obstruções do epidídimo, falência testicular primária e infecções seminais. A evolução das técnicas de reprodução assistida permite que vários problemas seminais sejam resolvidos. Entre elas, há o Processamento do Sêmen para Inseminação Artificial e a Fertilização In Vitro com ICSI (um único espermatozoide é injetado dentro do óvulo). 

 

Homens com obesidade apresentam diminuição da mobilidade e do número de espermatozoides, por isso, quanto maior o peso, maior a alteração seminal. Na cirurgia bariátrica, em que há perda de peso rapidamente, ocorre uma mudança drástica no metabolismo, afetando os testículos. Pessoas em tratamento para o câncer também sofrem com a infertilidade, um dos maiores efeitos negativos. Pesquisas sinalizam que 78,8% dos pacientes de câncer se preocupam com a fertilidade. Foram desenvolvidas várias técnicas para preservá-la nestes pacientes, sendo o congelamento de óvulos ou embriões o método mais seguro.

 

O congelamento requer a coleta dos óvulos posterior ao estímulo ovariano controlado, procedimiento que leva 3 semanas e é uma alternativa apropriada somente a mulheres que não apresentam tumores sensíveis a hormônios e quando o tratamento de câncer não é iniciado imediatamente após o diagnóstico.