A prática do congelamento de óvulos é uma técnica eficiente para preservar a fertilidade. A técnica era comum em mulheres com câncer submetidas a tratamentos intensos, como a radioterapia e a quimioterapia, que poderiam ficar inférteis no futuro. A opção se popularizou, principalmente com a finalidade de adiar a maternidade. A reserva ovariana diminui ao longo do tempo, o que justifica o aumento da procura pela reprodução assistida. Por isso, a Drª Isabel Almeida explica 6 aspectos fundamentais que todas as mulheres devem saber sobre o método.
1. Faça o congelamento antes dos 35 anos
A partir dos 35, a reserva ovariana começa a diminuir gradativamente, e os óvulos perdem qualidade. Essas mudanças se acentuam ainda mais quando se chega aos 40 anos, idade em que a mulher conta somente com 8% da sua função reprodutiva. Por isso, recomenda-se que o congelamento seja realizado antes desse período, pois há uma melhor qualidade dos óvulos, com maiores chances de sucesso na gestação e menor incidência de doenças genéticas. Porém, pode-se fazer a técnica após os 35, mas há possibilidade de que a mulher tenha de repetir o procedimento, com o objetivo de conseguir uma boa reserva de óvulos para fertilização no futuro.
2. Congelamento não tem prazo de validade
Segundo a Drª Isabel, os óvulos podem ficar congelados por tempo indeterminado, pois a utilização ocorre quando a mulher desejar.
3. A orientação é de que seja feito até os 50 anos
Em 2013, o Conselho Federal de Medicina assinou uma resolução que limita a fertilização in vitro para mulheres com menos de 50 anos, pois pode haver maiores chances de problemas durante a gestação em idade avançada, como a malformação fetal e a possível perda do bebê. Já nos 40 anos, a gravidez é considerada de risco, mas se os óvulos foram coletados em idade jovem, é possível minimizá-los.
4. Congelamento de óvulos é diferente de congelamento de embriões
O congelamento de óvulos é feito com o gameta feminino, em que os óvulos podem ser descongelados e fertilizados no momento em que a futura mãe quiser. Já o embrionário resulta da fertilização in vitro prévia do óvulo pelo espermatozoide. O embrião é produto da fecundação do gameta feminino pelo masculino e, quando o casal decide por esse processo junto, normalmente a decisão de descongelar é também conjunta. Só é diferente se a fecundação ocorre com espermatozoide de um doador anônimo. Aí, a escolha depende da mãe.
5. Valor Médio do mercado
O valor do congelamento é elevado: a média está entre R$ 6 mil e R$ 10 mil. Há alguns hospitais que disponibilizam o tratamento pelo SUS, com programas de congelamento de óvulos gratuitos para pacientes com câncer. Entre em contato com o Disque Saúde, pelo número 136, e verifique os locais que oferece o serviço.
6. A coleta de óvulos é feita com anestesia
O procedimento inicia dez dias antes da coleta dos óvulos. A paciente deve usar medicamentos que estimulam o crescimento folicular ovariano e a maturação dos óvulos, etapa que dura cerca de dez dias. Quando se chega ao tamanho e ao número adequados de folículos, programa-se a coleta dos óvulos, realizada cirurgicamente e com o uso de anestesia, o que torna o processo indolor. Após a operação, é possível que se sintam cólicas.