Brasil investe pouco no tratamento de endometriose

O diagnóstico precoce da endometriose melhoraria a vida de muitas mulheres. Entretanto, não é o que acontece no Brasil, onde a doença é pouco conhecida, mesmo entre as próprias mulheres. A falta de centros de atendimento especializados em endometriose compromete a busca por diagnóstico preciso e tratamento eficaz.

A endometriose atinge cerca de 6 milhões de brasileiras, que correspondem a mais de 10% das mulheres em idade reprodutiva, causando inúmeros problemas, desde dores muito fortes na menstruação, fluxo intenso, até problemas de fertilidade. Muitas mulheres desconhecem que a endometriose pode afetar a fertilidade, principalmente quando os sintomas são mais leves. Mas mulheres com endometriose têm muito mais chances de serem inférteis.

Em uma pesquisa realizada com 956 médicos de 10 estados brasileiros, 49% disseram que os maiores desafios são a falta de tratamento específico e a dificuldade de acesso aos recursos e exames para diagnóstico preciso da doença. Por isso, 67% dos médicos acreditam que os centros disponíveis para tratamento da doença não são capazes de atender à demanda brasileira, e 93% gostariam que existissem mais centros de tratamento. A pesquisa apurou que 78% dos médicos conhecem os principais sintomas e 82% sabem como identificar a doença.

Se você tem dor pélvica durante a menstruação, dor durante relação sexual ou dificuldade para engravidar, procure um especialista, pois se for diagnosticada a endometriose, é preciso tratar, independente do desejo de ser mãe já ter se manifestado ou não. Achar que cólicas fortes são normais pode levar à infertilidade, se a causa for a endometriose e não tiver o tratamento adequado a tempo.